terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Adriana Varejão (MAM)


Histórias às Margens é a primeira mostra panorâmica da artista plástica Adriana Varejão, que chegou ao Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro. Com curadoria de Adriano Pedrosa, a exposição é composta por 40 obras concebidas por ela nos últimos 21 anos. O trabalho da artista, desde o início, vem marcado pela presença de dois elementos recorrentes: o azulejo e a carne. Tais obras são espécies de esculturas/pinturas em forma de ruínas, revestidas por azulejos. No interior, em contraste com a superfície plana e geometrizada do exterior, encontramos a representação da carne. No lugar de onde deveria haver cimento, há carne vermelha e vísceras. Por conta de tais vísceras serem muito realistas, as obras são um tanto quanto chocantes.







           Através da releitura de elementos visuais que remetem à cultura brasileira no período de colonização, Adriana utiliza a pintura de azulejos portugueses, e discute relações paradoxais entre sensualidade e dor, violência e exuberância. Seus trabalhos mais recentes trazem referências voltadas para a arquitetura, inspirada em espaços como açougues, botequins, saunas, piscinas etc, e abordam questões tradicionais da pintura, como cor, textura e perspectiva. Ela utiliza a técnica de fragmentar uma imagem criada a partir dos azulejos, para depois remonta-la de forma aleatória e deixando os cortes bem evidentes. Ela mistura o velho com o novo mundo.






        Além de sua obra ter como base o período colonial brasileiro, a artista também se inspira nos botequins cariocas e nos banheiros públicos europeus. Nas suas pinturas testemunhamos uma permutação de visões que englobam o excelso, o ouro, os anjos, de tradicionais obras barrocas, para um universo barroco agora selvagem, voraz, vermelho, erotizado e em carne viva. O movimento artístico reproduzido por Adriana Varejão não está nos livros, na internet, nem na história da arte. A carioca busca produzir aquilo que está em voga na sociedade. São criações que ultrapassam o plano da tela. Dessa forma, ela se encaixa na geração de artistas que cria seu próprio movimento e escolhe por quem se influenciar. 





Grupo: Bianca Pinheiro, Isabela Braga, Isadora Vilardo, Thaís Scarlet e Viviane Botelho 



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