Estar na Ilha e mais nada. A Ilha é o ponto de
partida de onde começa o próprio livro e de onde tem início reflexões de
caráter psicológico e visual. A idéia de um fugitivo, perdido no inóspito,
confinado a pântanos e à uma possibilidade de morte iminente se confronta de
início com uma vivência exterior de modernidade .
Composto em forma de diário, o livro é baseado
no ponto de vista do personagem principal e como ele lida com a solidão e as
situações na ilha.
Ao deparar-se com um grupo de turistas, a princípio tem receio de se fazer perceber; apaixona-se por Faustine, uma bela jovem espanhola, de quem decide tentar ser aproximar, mas sem sucesso. Nota, então, que não pode ser visto pelos outros habitantes, pois são imagens captadas de turistas e projetadas por uma máquina inventada pelo doutor Morel, um dos turistas que registrou os momentos na ilha com seus amigos e os perpetuou nessas projeções.
Ao deparar-se com um grupo de turistas, a princípio tem receio de se fazer perceber; apaixona-se por Faustine, uma bela jovem espanhola, de quem decide tentar ser aproximar, mas sem sucesso. Nota, então, que não pode ser visto pelos outros habitantes, pois são imagens captadas de turistas e projetadas por uma máquina inventada pelo doutor Morel, um dos turistas que registrou os momentos na ilha com seus amigos e os perpetuou nessas projeções.
As
imagens estão eternamente destinadas a realizar as mesmas ações para sempre, ou
ao menos até que o funcionamento da máquina seja desativado. Desse modo, a
situação do protagonista torna-se ainda mais solitária de sem esperanças, pois
as diversas companhias que acreditava habitarem a ilha e a mulher por quem se
apaixonou, são apenas imagens repetidamente apresentadas.
Ao tratar de um assunto que transita entre o
virtual e o real, Casares leva o leitor moderno a reflexões sobre o nosso próprio
tempo e o modo como lidamos com a tecnologia que avança a ritmo avassalador.
Num mundo onde as relações virtuais fazem cada
vez maior parte do dia-a-dia das pessoas, A invenção de Morel nos traz um
questionamento interessante: podemos amar o virtual, e, se sim, seria uma
situação de amor real? O personagem, enquanto amou a imagem da turista, que não
mais estava em pessoa na ilha, mas apenas em projeção, viveu um sentimento
semelhante a qualquer outra paixão. Porém, no momento em que descobre tratar-se
de uma imagem, é preso ao dilema de continuar sua vida ou transformar-se também
numa imagem e desse modo perpetuar, mesmo que perdendo a essência humana, sua
existência. E é essa a opção que faz, ao final.
A velha ambição humana de enganar a morte também
em facilmente identificável na invenção, embora o sucesso seja questionável,
pois a vida circular e repetitiva das projeções não reproduz a real vida humana
mutável e de infindáveis variações.
Grupo: Mariana Ramalho, Taisa Martins, Marcela de Orlandis, Eduardo Tavares, Andre Klodja.
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