quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tração Animal


  Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seus trabalhos desde 1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de seu contexto usual. Entre eles há referências ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas.

 ''Tração Animal'' apresenta em três espaços distintos um conjunto de dez esculturas cinéticas em grandes dimensões, o vídeo''Plano/Acaso'', de 2009, e uma instalação, feita especialmente para a mostra, composta por um conjunto de obras em pequenas dimensões em aço, e uma iluminação especial, que resulta em um jogo de luz e sombra. O título da mostra, ''Tração Animal'', remete à ideia de conflito, de homem x máquina, arte x movimento.



Na primeira sala, ''É proibido trepar'', estão dez esculturas cinéticas inéditas de grande porte feitas com tubos galvanizados e braçadeiras, . Na''Sala sombra'', um conjunto de esculturas cinéticas de pequenas dimensões, iluminadas por mini refletores, criam projeções em movimento nas paredes. Na terceira sala está o vídeo digital''Plano/Acaso'', um plano-sequência em que um elevador desce lentamente cortando as lajes de um velho edifício garagem.



A expressão''Tração animal'', título da mostra de Raul Mourão, é definida em dicionários como''qualquer veículo deslocado por animal''. No MAM, o espectador é quem''desloca'' a obra. Com um toque, as esculturas entram em um''equilíbrio instável'', como diz o artista, que pode ser alterado continuamente.

A escultura sempre foi o ofício de Raul Mourão, mas as imagens e a rua empurraram  sua preocupação com o volume e a gravidade para a fluência da vida.Ela entra em sua obra não como tema, mas como energia que se infiltra no processo criativo, desdobrando o olhar curioso em estruturas cinéticas, em planos rítmicos, em sombras dançantes. O movimento dos balanços se desloca para os planos verticais do elevador e deste para o desenho misterioso de luz e sombra.
  
É interessante observar que mesmo que as esculturas executem movimentos repetidos, a ideia que nos é passada é a de continuidade, a terra continua girando, a gravidade continua atuando e a vida não para.

Essa é a primeira exposição individual do artista no MAM Rio, e conta com curadoria de Luiz Camillo Osorio.


Grupo: Hugo Rivola, Lucas Hinds.

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