Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967.
Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seus trabalhos desde
1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas,
vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas
com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da
visualidade urbana deslocados de seu contexto usual. Entre eles há referências
ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas.
''Tração Animal'' apresenta em três espaços distintos
um conjunto de dez esculturas cinéticas em grandes dimensões, o
vídeo''Plano/Acaso'', de 2009, e uma instalação, feita especialmente para a
mostra, composta por um conjunto de obras em pequenas dimensões em aço, e uma
iluminação especial, que resulta em um jogo de luz e sombra. O título da
mostra, ''Tração Animal'', remete à ideia de conflito, de homem x máquina, arte
x movimento.
Na primeira sala, ''É proibido trepar'', estão dez
esculturas cinéticas inéditas de grande porte feitas com tubos galvanizados e
braçadeiras, . Na''Sala sombra'', um conjunto de esculturas cinéticas de
pequenas dimensões, iluminadas por mini refletores, criam projeções em
movimento nas paredes. Na terceira sala está o vídeo digital''Plano/Acaso'', um
plano-sequência em que um elevador desce lentamente cortando as lajes de um
velho edifício garagem.
A expressão''Tração animal'', título da mostra de Raul
Mourão, é definida em dicionários como''qualquer veículo deslocado por
animal''. No MAM, o espectador é quem''desloca'' a obra. Com um toque, as
esculturas entram em um''equilíbrio instável'', como diz o artista, que pode
ser alterado continuamente.
A escultura sempre foi o ofício de Raul Mourão, mas as
imagens e a rua empurraram sua preocupação com o volume e a gravidade
para a fluência da vida.Ela entra em sua obra não como tema, mas como energia
que se infiltra no processo criativo, desdobrando o olhar curioso em estruturas
cinéticas, em planos rítmicos, em sombras dançantes. O movimento dos balanços
se desloca para os planos verticais do elevador e deste para o desenho
misterioso de luz e sombra.
É interessante observar que mesmo que as esculturas
executem movimentos repetidos, a ideia que nos é passada é a de continuidade, a
terra continua girando, a gravidade continua atuando e a vida não para.
Essa é a primeira exposição individual do artista no
MAM Rio, e conta com curadoria de Luiz Camillo Osorio.
Grupo: Hugo Rivola, Lucas Hinds.
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