sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Luiz Zerbini, é muito amor!


Luiz Zerbini ganhou uma enorme exposição de suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, (17 de outubro a 9 de dezembro), com nome de “Amor”. Ocupando uma grandiosa sala, colorindo todos os cantos com 60 obras, dentre elas colagens, pinturas, desenhos e até uma instalação.
Podemos ver, na exposição, a parte mais amadurecida do trabalho do artista, que já teve diversas fases e campos de exploração. Passando pelas esculturas, pela fotografia, explorou também a música, a arte gráfica e nesta exposição podemos admirar o ainda crescimento de sua genialidade quando falamos em pinturas e colagens. 
Na sala do MAM, somos atraídos, imediatamente, para a instalação peculiar e grandiosa onde encontramos os mais diversos objetos, nomeada “Natureza Espiritual da Realidade” facilmente comparada as quartos das maravilhas dos séculos XVI e XVII, como se o artista tivesse percorrido lugares e se encantado com os objetos que ali estão, porém colocados com sintonia e encaixando perfeitamente no contexto da sala.
O artista exibe uma série de colagens que vista de longe chama o público por aguçar a curiosidade. Chegando próximo à obra podemos conferir que são todas feitas de fotos antigas, pequenos slides nos levam a interpretação da obra. Perde-se muito tempo, deixando-se encantar e deixando-se a imaginação fluir em meio a tantos slides. Conferindo de perto, conferindo de longe, podemos ter a ideia que o artista está passando.
Já as pinturas de Zerbini enchem nossos olhos de cor e informação, é preciso olhar meticulosamente para elas e ver o que estão tentando nos contar. Misturando diversas linhas, formatos geométricos de todos os tamanhos, misturadas a elas árvores se apresentam, gambiarras, macacos. É como o curador, Paulo Sergio Duarte diz na descrição de sua exposição: “Tramas ambíguas cheias de memória moderna. Amendoeiras, samambaias, macacos e fios elétricos e transformadores."
Uma representação da cidade, vista, por nós, sempre pelo mesmo ângulo. Também vemos caveiras e braços dando apoio a telas gigantes que escorrem pelas paredes da sala.
“É muito amor!”

Grupo: Fernanda Turbay, Nathália Beserra, Thais Brunoro, Raquel Mandarino, Elaine Taffner

Fortuna (Instituto Moreira Sales)

Fortuna, William Kentridge

          A percepção básica notada pelos que visitam a exposição Fortuna, de William Kentridge, é consolidada através da valorização intimista do sentimentalismo e das referências que constituem o todo do artista. Por meio de desenhos, gravuras, esculturas, performances, escritos, entre outros, Kentridge utiliza diversos elementos contemporâneos e abstratos, inspirado no cotidiano e nos acontecimentos que ocorrem ao seu redor.


          Também é possível ver, ao observar a sua obra, que as gravuras fornecem noções da ligação do artista com o lugar onde nasceu e vive. As gravuras possuem elementos do campo social da África do Sul (em algumas obras haviam rostos expressando sofrimento, por exemplo) e também com o cenário natural do país (alguns elementos exploravam a fauna típica das savanas africanas) - o que nos leva a associar suas criações ao regime do Apartheid, a terrível distinção entre brancos e negros que perdurou por, aproximadamente, 40 anos.


          Após interpretar as obras da exposição pode-se concluir que a grande "fortuna" para o artista é o que realmente representa riqueza para ele: o destino, o incerto. Kendridge faz-nos refletir sobre a nossa submissão ao acaso, que permanece imune a qualquer ordem. A elaboração, a permanente construção e a incerta finalização são temas abordados nessa exposição, que valoriza, sobretudo, o processo de criação, como um todo.

Grupo:
Fabian Falconi, Gabriela Isaias, Hannah Granado, Mariana Parga e Thiago Patrick

Fortuna


A exposição deWilliam Kentridge, Fortuna, está em exibição no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro desde 24 de agosto de 2012. Totalizando 184 figuras, 38 desenhos, 27 filmes e 10 esculturas criadas entre 1989 e 2012, as obras do sul-africano irão viajar pelo país por mais de um ano, passando pelo IMS do Rio de Janeiro, pela Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre e, por fim, pela Pinacoteca de São Paulo.
Nascido em 1955, em Johannesburgo, Kentridge estudou ciências políticas e estudos africanos na sua cidade natal mas, em seguida, investiu na dedicação às artes visuais. Assim, a influência da sua bagagem acadêmica é perceptível no processo de produção que, apesar de não possuir uma temática específica, claramente utiliza referências de acontecimentos e lugares reais, com destaque para o Apartheid e as questões sociais sul-africanas ligadas a esse episódio histórico.
O preto e branco, o desenho feito com linhas fortes, feitos com carvão e o trabalho com elementos do cotidiano – como tesouras, papel, jornal, cola e madeira – mostram a presença do Modernismo do século XXI na concepção artística. Além disso, há a preocupação em mostrar o processo de criação das obras, ou seja, a metalinguagem, característica que comprova a influência modernista sobre Kentridge.
Fortuna vai, portanto, além da beleza estética e chama atenção pelo teor cultural, que investe na reflexão metalinguística e sobre as questões sociais sul-africanas, que foram ignoradas pelo mundo durante muito tempo. A exposição ficará no IMS da Gávea até o dia 17 de janeiro de 2013 para, em seguida, ser levada a Porto Alegre.

Grupo: Thayanne Porto, Ruggeron Reis, Angélica Moreira, Everton Maia e Priscila Minussi.

Fortuna: O Poder é Presente – William Kentridge

A exposição “Fortuna”, do artista William Kentridge, conta 38 desenhos, 27 filmes e animações, 184 gravuras e 10 esculturas, espalhadas pelas salas da casa do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Segundo o artista Carlito Carvalhosa, a relação estabelecida entre as obras de Kentridge e a casa onde estão sendo expostas é muito interessante pelo fato de o Instituto não ser um museu tão “‘neutro’, pois o trabalho lida com memória, com a resistência das coisas (o desenho que vai sendo apagado e refeito, o uso intencional de tecnologias antigas etc.). A casa, transformada em instituto, dialoga com isso e abriga o universo dele de forma magnífica”.

Além da característica de expor seu processo criativo nas obras, o que de certa forma aproxima o expectador leigo do mundo das artes, em todas as obras da exposição podemos perceber que o artista aborda as ralações de poder de sua sociedade. Isso pode ser explicado pelo fato de William Kentridge (28 de abril de 1955) ser sul-africano, onde o regime do Apartheid marcou profundamente toda a população, mesmo as pessoas não contemporâneas a ele. Kentridge sempre apresenta um poder absoluto, opressor, e, em contrapartida, grandes massas sendo manipuladas. Na obra Procissão de Sombras (Shadow Procession, 1999, filme, 7min) podemos perceber a mesma característica.

Logo no começo do vídeo vemos um personagem que parece ser dominante. Ele se movimenta como que comandando alguma situação, ou uma massa de pessoas, e se diverte com isso, ri como se estivesse brincando com fantoches. Depois aparecem as figuras das outras pessoas. As imagens logo remetem a trabalhadores, mulheres comuns, crianças em situações difíceis, situações cotidianas de uma população trabalhadora, pobre e oprimida. Ao final, podemos perceber que essa mesma população, considerada pelo poder como inferior, é constituída das pessoas que realmente levam a sociedade nas costas, que movimentam o mundo.

Podemos aproximar esse filme ao mito da Caverna de Platão. As pessoas estão no mundo das sombras. Todas elas andam na mesma direção; pelo ritmo dos movimentos, passam a sensação de seguirem sempre a mesma rotina; parecem estar subjulgadas a uma força maior, que as impede de mudar o caminho; o homem que aparece no começo representa o manipulador dessas pessoas acorrentadas à ignorância.
A exposição segue na capital carioca até o dia 17 de fevereiro. Depois é a vez da Fundação Iberê Camargo recebê-la de 7 de março a 26 de maio de 2013, em Porto Alegre. Entre 29 de agosto e 17 e novembro também de 2013 as obras estarão na Pinacoteca do estado de São Paulo. A parceria entre as três instituições viabilizou a vinda dessa mostra concebida especialmente para o Brasil.

Alexandre, Gabriel e Nickolas



Transperformance 2 – Inventário dos Gestos


            O Oi Futuro exibe nesse mês de novembro a exibição Transperformance 2 – Inventário de Gestos, com curadoria de Marisa Flórido. A exibição conta com mais de 20 artistas, entre eles nacionais e estrangeiros, e também com mais de 40 obras. A entrada é franca e vale muito a pena conferir.
            Lá dentro encontramos obras como a Olympia de Chico Fernandes. O artista brasileiro usa um sistema de câmeras de segurança e um televisor para criar uma ilusão de ter uma mulher dançando para o espectador, enquanto o mesmo se encontra sentado. O trabalho pode ter um diálogo com o quadro Olympia do pintor impressionista francês Claude Monet. No quadro, Monet pinta uma mulher comum nua sendo servida por uma serva negra. Na época isso foi considerado absurdo e a crítica chegou a dizer que “a tela só não seria destruída por medidas tomadas pela administração do museu”. O que o artista Chico Fernandes tenta passar é parecido com o que Monet passou em seu quadro em 1863: a sensualidade de uma mulher comum. Outra característica da obra de Chico Fernandes é que quando sentado, o espectador se vê na televisão em frente à moça dançando, porém, se levantar e ir em direção à moça, o espectador some da imagem. Sem querer ou não, esse efeito causa uma certa duvida se Olympia seria mesmo uma mulher normal como dito acima.
            Outra obra interessante de se prestar atenção é O Mercador de Uberaba do artista Tiago Primo. O filme se passa tão lentamente e com movimentos tão sutis que, as vezes, passa a impressão de ser uma pintura. Nele, o mercador, um personagem que dialoga com os vendedores das chamadas “feiras hippies”, tenta vender um colar para um personagem que pelas poses e lentidão nos movimentos parece ser uma estátua do tempo de Roma ou Grécia.
            Além dessas outras, artistas como Waléria Américo, Sofia Cesar, Chang Chi Chai e muitos outros também estão na exibição que fica no Oi Futuro do Flamengo até o dia 16 de dezembro. Não deixe de conferir.

Alexandre, Gabriel e Nickolas

Humúsica - Cabelo


            O artista plástico Cabelo expõe no MAM sua coleção Humúsica de outubro até dezembro deste ano. A mostra que já rodou alguns lugares leva no seu nome uma mistura das palavras Húmus e Música. Para o artista, o húmus fertiliza a arte, a música e assim tudo se transforma. Definida pelo próprio museu como uma “exposição sobre tudo” o artista realmente usa de tudo que tem direito para fazê-la.

            Uma das coisas mais interessantes na mostra é a incorporação da arte de rua pelo artista. Por toda parte podemos ver elementos joviais e trazidos do meio externo num conceito de “do it yourself”. Os “k-roça”, imagens de Buda em plataformas sustentadas por rodas de skate, mostram exatamente isso. As rodas dos skates contracenam com figuras da religião oriental causando um contraste nas obras. Muitas vezes a estatueta de Buda ainda conta com outros acessórios como fones de ouvido, plantas e muitas outras coisas.
            
             Outro ponto da exposição é a utilização de neons pelo artista. As luzes muitas vezes presentes em faixadas comerciais tomam o formato de humanoides e animais. Esse é mais um ponto da tentativa de Cabelo de trazer elementos das ruas para dentro da galeria de arte. E em um espaço escuro a arte não muda de característica. Com projeções sobre o cotidiano e outros objetos trazido da rua cria-se um quarto que causa estranheza à primeira vista.

            Para finalizar, há também alguns desenhos em telas do artista. Porém, o estilo está de acordo com o resto da exposição. Muitas figuras que lembram o grafite e frases que parecem ter saído de muros dão o tom das pinturas.
            Além da Humúsica o MAM conta também com outras duas exposições simultâneas que valem a pena ser visitadas. A do carioca Cabelo fica até o dia 02 de dezembro. Não deixem de conferir.

Alexandre, Gabriel e Nickolas

Exposição Fortuna, de William Kentridge



William Kentridge é um sul-africano de Johanesburgo e trouxe ao Brasil, pela primeira
vez sua Exposição Fortuna, que é composta em quatro seções com aproximadamente
duzentas obras e estão expostas no Instituto Moreira Salles.

Suas obras incluem vídeos, desenhos, filmes, esculturas e algumas gravuras, que foram
feitas entre 1989 e 2012 por Kentridge. Fortuna, segundo o artista, fica entre o “acaso
estatístico” e o “controle racional”. É como se fosse uma causa que foi direcionada a
chegar onde está agora, nesse ponto, e ao mesmo tempo em que é predeterminada
também é uma possibilidade.

A obra também faz alusão á reconciliação da África do Sul e as heranças deixadas pela
apartheid. O artista ainda entrelaça a política com a poesia em suas obras, mostrando
sempre humor e ironia. Os curtas exibidos mostram também esses lados. Uns mostram
a conexão íntima do artista com as questões políticas e sociais que estão ao seu redor
na África do Sul. Outros são mais sobre seu olhar político, mas continuando na mesma
linha de sentimento.

Nesta exposição, vemos a arte se misturando com elementos teatrais, áudio visuais
e com poesias. William Kentridge usa de sua própria imagem e imaginações para dar
vida a seus pensamentos e sentimentos.

Grupo:
André Klodja, Eduardo Tavares, Marcela Orlandis, Mariana Ramalho,Taisa Martins 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Fortuna Por William Kentridge

    William Kentridge nasceu em 1955 em Johannesburgo, na África do Sul. Começou a praticar artes visuais na Johannesburg Art Foundation após estudar ciência política e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo ,estudos esses que provavelmente inspiram grande parte dos seus trabalhos.

    A obra de Kentridge tem como foco principal o recente processo sul-africano de reconciliação e a herança do apartheid, embora aborde outros temas como a transitoriedade e a memória.

    A exposição ''Fortuna'' se estrutura em 4 seções com aproximadamente 200 obras como gravuras, esculturas ,desenhos ,objetos ,vídeos e filmes, criadas entre 1989 e 2012. 

    William situa fortuna entre o acaso estatístico e o controle racional, onde há tanto a possibilidade quanto predeterminação. Nesta exposição a obra de arte está eternamente em construção e caminha lado a lado com o engajamento político. Como não gosta da ideia de especialização, Kentridge entrelaça o político e o poético ,o drama coletivo e o individual, com humor e ironia sem focalizar um tema específico, quebrando e rearranjando códigos de representação, transitando pelos filmes, esculturas, quadros e produções teatrais e operísticas.

    Nota-se nesta exposição a grande reprovação do autor ao quadro social do modo como ele o enxerga, William denuncia os processos de tirania sofridos não só pelos empregados mas por todos os membros da sociedade que vivem reféns de modelos de vida hipócritas e injustos. A intensidade e composição das obras é capaz de gerar uma inquietação também no espectador, despertando assim uma reflexão comum a ambos.

    ''Fortuna'' está a mostra no Instituto Moreira Salles, depois seguirá para a Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre e para Pinacoteca do Estado de São Paulo.


Grupo: Hugo Rivola, Lucas Hinds.

Olympia (Oi Futuro)

Olympia, suas filhas e os diversos pais

          Em sua vídeo-instalação, Chico Fernandes nos chega com uma “armadilha” - o que é de praxe em suas obras. Quando o visitante entra na sala para ver a obra, automaticamente se torna parte dela. O espectador não tem escolha: caso ele queira ver Olympia, tem que ser parte dela. 
          Ao entrar na instalação, vê-se uma poltrona e em sua frente um aparelho televisivo. Na TV é possível que o espectador veja-se, como se estivesse sendo filmado. Porém, com uma grande diferença: onde estaria a televisão, está uma mulher dançando de forma suave e, ao tentar aproximar-se dessa moça para ver o que acontece, o visitante desaparece lentamente do vídeo. E é na diferença que o espectador vê no quarto e na TV que se baseia a obra. Porém, algo ainda fica no ar: por que a obra se chama Olympia? Para responder a essa pergunta precisamos contar a história das obras que antecedem a instalação de Chico Fernandes.
          Olympia tinha mãe, tinha avó. Teve primas e uma família completa que a precedeu. Sua avó, Vênus Adormecida (de Giorgione), se encontrava dormindo no campo, com os olhos fechados. Nua, porém cândida, era a verdadeira representação da deusa mitológica Vênus. 
          Sua mãe, Vênus (de Urbino de Titian) é o elo entre ela e sua avó - como todas as mães - e, assim como sua avó, está nua na mesma posição. Mas, diferentemente dela, encontra-se em um espaço fechado (em um quarto) e não dorme. Pelo contrário, tem seus olhos abertos e olha diretamente para o espectador. Esses traços também são compartilhados por sua filha, Olympia.
          Mas, afinal: se Olympia compartilha tantos traços com sua mãe, por que causou tamanha polêmica em sua época?
          Simples, Olympia não é Vênus, Olympia é Olympia.
          Mas, quem é Olympia? 
          Pela pintura, deduz-se que Olympia era uma cortesã francesa: a flor em seu cabelo, o bracelete em seu braço direito, o laço em seu pescoço e outros ítens nos mostram isso.
          E, assim como suas antecessoras, Olympia teve filhas. Dentre elas, uma está representada em Espírito dos Mortos Vigiando (de Gauguin). Essa tela mostra uma taitiana nua, deitada de bruços e completamente paralisada de medo dos espíritos que vê (representados pela anciã de preto ao fundo). Seu nome em taitiano, Manao tupapau, pode tanto dizer que a mulher imagina o espírito quanto que o espírito imagina a mulher.
          E é dessa tela que a Olympia de Chico Fernandes descende diretamente. Ao expor um vídeo em que a mulher observa o espectador (e o espectador consegue vê-la observando-o) e o visitante lentamente desapareçe ao tentar se aproximar dela, Chico Fernandes nos trás a ambigüidade da frase taitiana: somos nós que observamos a mulher, ou ela que nos observa?


Grupo:
Fabian Falconi, Gabriela Isaias, Hannah Granado, Mariana Parga e Thiago Patrick
(Exposição no Oi Futuro)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

William Kentridge: Fortuna



William Kentridge é um renomado artista sul-africano e está expondo pela primeira vez na América do Sul. A mostra “Fortuna”, atualmente no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, reúne um acervo recente (produzido durante a última década) e dá destaque para o processo de criação do autor e as técnicas por ele empregadas.


Seu trabalho é composto principalmente por desenhos a carvão, com os quais Kentridge explora os conceitos de transformação e movimento através de curtas de animação e instalações. As animações do artista apresentam traço e transição despreocupados, mas ainda assim, são de forte expressividade, mas também trazem o espectador para além da temática, se utilizando de recursos como o uso de sombras ao fundo e na frente das projeções (Kentridge põe a silhueta real de um gato a passear por entre os frames), fazendo referência ao antigo teatro de sombras.
 As instalações, por sua vez, são voltadas para o cinema em sua estrutura, incluindo os princípios do cinema de três dimensões, do uso de espelhos na reprodução da imagem, da cronofotografia e afins.


Embora seja contemporâneo, suas obras transportam o espectador para o ambiente sombrio da Primeira Revolução Industrial, abordando a miséria, exploração, desigualdade social e segregação racial de seu país de origem. Há muita referência a maquinarias e ao cinema antigo, além da presença forte da sexualidade, que evidencia a ausência de autocensura do artista em seu trabalho. As imagens são predominantemente em preto-e-branco – apenas detalhes em azul e vermelho, empregados justificadamente para diferenciar e possivelmente destacar conceitos como água, sangue, sons, etc.
O viés político, no entanto, pode ser dito parcialmente abafado devido ao recorte da mostra, que dá enfoque maior à construção estética do artista e suas referências e paixões do que à denúncia de seus trabalhos.


Por Fábio Marinho, Gabriela Rozenbaum, Juliana Espinosa, Luana Kozlowzki e Vitória Moraes


Transperformance


O Rio de Janeiro receberá até dezembro, no espaço Oi Futuro Flamengo, uma exposição que propõe experiências com os "gestos" em diversas representações. A mostra é a segunda edição do Trasperformance, que, em dezembro 2011, com curadoria de Lilian Amaral, ocupou o Oi Futuro em Ipanema e as ruas do bairro com dezenas de apresentações durante quatro dias. Desta vez, além de ser ampliado para três meses, o Transperformance 2 se desdobrará em dois segmentos: o primeiro, com a ocupação de todo o centro cultural do Flamengo, envolvendo obras diversas, incluindo vídeos e instalações sonoras e, o segundo, envolvendo performances, ações e instalações sonoras que acontecerão tanto no centro cultural quanto nas ruas.

"Transperformance 2 – Inventário dos Gestos" é composta por mais de 40 obras, provenientes de artistas brasileiros e estrangeiros.São artistas visuais, músicos, poetas, atores, dançarinos que em seus trabalhos os gestos revelam certa forma de estar no mundo, mas também de tensioná-lo e abri-lo a outros modos de existência. Obras que interrogam a vida como potência que excede as formas, as significações e os atos, ao mesmo tempo que friccionam os poderes que a moldam. Obras que investem na intensidade tanto dos grandes quanto dos pequenos gestos, na força dos gestos sem finalidade e improdutivos. Mas, sobretudo, gestos que perturbam e repensam, de modo totalmente novo, as relações entre fins e meios, possível e impossível, potência e ato, atividade e passividade, doação e recepção, uso e troca, finalidade e gasto infinito.Para acomodar todas as estruturas e videoinstalações, foram liberados os três andares expositivos do prédio.O evento também vai promover debates com uma programação que reunirá artistas visuais, poetas e psicanalistas. O projeto prevê, ainda, a publicação de um livro com imagens dos trabalhos apresentados, ensaio da curadora e textos resultantes dos debates.


Na primeira parte do acervo, temos ambientes compostos por projeções de vídeo. Nela, são destacadas duas obras: Olímpia (Chico Fernandes) e Os sonhos de Corbet (Fernando Baena). Ambas lidam com a questão da pintura, pois retomam e usam como inspiração as obras de Manet e Corbet, mediante a ideia de apropriação e coletividade, que tem uma grande presença na arte contemporânea. A primeira pode ser caracterizada por sua peculiaridade, uma vez que o expectador interage com a obra. O visitante senta-se em frente a uma televisão, na qual vê a imagem de uma mulher "dançando". A obra é constituída por uma imagem pré-filmada e uma ao vivo, fato que cria essa sensação de interação. O quadro de Manet, no qual a obra é baseada, foi responsável por um escândalo em sua época. O fato de contar com a nudez em si não foi o motivo de tanta repercussão, mas sim a mulher que trazia essa nudez, pois esta não era ideal – como santas que já haviam sido retratadas –, era real e uma prostituta, portanto considerada indigna de ser representada de tal forma.  

  
Já a segunda obra, também ligada à questão da cultura, tenta criar uma composição pictórica que se aproxima da pintura original de Corbet. No entanto, faz uma intervenção em vídeo, utilizando-se de movimentos, imagens que se aproximam à estética de um filme. A curadora da mostra, crítica e pesquisadora Marisa Flórido, foi a responsável por esta ligação entre a arte clássica e a contemporânea. Relaciona, em uma mesma exposição, os quadros originais de Corbet e Manet aos artistas de vídeo que hoje incorporam e transformam. Provavelmente, essa foi sua intenção, ao dispor, lado a lado, as obras "Olympia" e "Os sonhos de Corbet".


Fortuna de William Kentridge



     O artista sul-africano William Kentridge expõe mais de 200 obras entre desenhos, filmes, vídeos, gravuras, objetos e esculturas no Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, entre os dias 24 de outubro de 2012 a 17 de fevereiro de 2013. A exposição se denomina “Fortuna”, que segundo o artista, é uma noção que se situa entre o acaso estatístico e o controle racional, ou seja, é um trabalho casual direcionado. O que nos passa um sensação de que “Fortuna” está eternamente em construção. De acordo com Kentridge, o objetivo da exposição é “dar uma noção do que acontece dentro do estúdio”, o que inclui, inevitavelmente, os excessos, a criatividade, o “apagar e refazer”.
       Nas obras de Kentridge, é notável a utilização de objetos rotineiros como, por exemplo, um pote de café ou uma tesoura. Além disso, o estúdio passa de apenas espaço de trabalho para assumir uma função de palco para suas obras. São imagens em 3D, dispositivos ópticos, espelho usado como projetor, quadros feitos a partir de impressões com águas fortes, água tinta, verniz mole e ponta seca. O autor acumula várias camadas de pesquisa para a formação das imagens, utilizando-se muito da dimensão do onírico, em que uma imagem gera a próxima e assim por diante. 
       Um ponto chamativo em suas obras é o fato de se referirem ao processo sul-africano de reconciliação e à herança do apartheid, mas nem por isso deixa de abordar temas universais como a transitoriedade e a memória. Ainda, William entrelaça o político e o poético, drama coletivo e o individual, sem dispensar o humor e a ironi
       Já em seus filmes, há uma abordagem de técnica caseira, inventada pelo próprio artista que descreve como “cinema da idade da pedra”. Filmando quadro por quadro, ele registra as alterações que ocorrem sobre um único desenho, na maioria das vezes, realizados com carvão.
      O artista nasceu em Jonesburgo, na África do Sul, o que explica a sua referência ao processo de reconciliação e à herança do apartheid. William estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Jonesburgo e entrou em contato com as artes visuais na Jonesburgo Art Foundation. Lá, estudou teatro, atuando e fazendo criação cênica. Na exposição, esse seu lado performático fica evidente em sua obras.


Grupo: Bianca, Isabela, Isadora, Thais e Viviane

O Amor de Zerbini


Luiz Zerbini, artista multimídia sul-americano de grande reconhecimento no mercado internacional, está expondo no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a mostra “Amor”. Segundo ele, o termo é a “mais precisa definição” de seu trabalho. Diante desta afirmação, é possível interpretar de diversas maneiras a relação entre o título da exposição, as obras e o autor, como o amor pela arte em si, o amor pela existência do ser e, pensando de forma ainda mais subjetiva, é cabível apontar sua própria expressão artística como um gesto de amor por natureza.

A exposição reúne telas, colagens e instalação produzidas na última década que evidenciam as experiências do autor, trazendo uma série de elementos autobiográficos que nos levam a conhecer melhor o mundo visual na mente do criador por detrás das obras. Suas telas são bastante variadas, mas assemelham-se bastante em alguns aspectos, como a justaposição de cores vibrantes, mas a predominância de uma neutralidade aparente. A instalação reúne elementos diversos divididos em quadrados, quase como se fossem categorizados.

Vemos em cada obra uma profusão de elementos, muitos os quais aparecem repetidamente nas telas e instalação, nos levando a crer que são marcantes de alguma forma na vida do artista. Há, por exemplo, em muitas obras, a presença de inúmeros quadrados ladeados uns pelos outros, fazendo o espectador levantar suposições a respeito da origem deles. Talvez sejam ladrilhos que estão ao redor de Zerbini, talvez sejam frames ou talvez ele apenas goste da forma quadrangular e, mesmo que seja impossível chegar a uma definição precisa, as obras geram essa de tentativa de entender não apenas a intenção do artista, mas ele próprio.





















É cabível dizer, então, que “Amor” é composta por obras que apresentam ao público a formação de Zerbini. Memórias, a existência, a escolha, a amizade, a família e a loucura. É o amor em um sentido amplo, como um mar que tantas vezes pintei e continuo pintando.” Não se trata de sua formação política ou social. Trata-se da formação de seu espaço no mundo, de sua consciência reflexiva e artística, seu ser artístico por si só. Enfim, sua subjetividade. Zerbini nos mostra em seu trabalho a beleza que seus olhos veem em cada mínimo elemento presente em suas telas e na união de todos eles, transmitindo uma verdade que, no fim das contas, só tem sentido pleno para o próprio artista, mas que nos encanta pela estética e interpretações possíveis.


Por Fábio Marinho, Gabriela Rozenbaum, Juliana Espinosa, Luana Kozlowzki e Vitória Moraes.

Os Gestos e seus Significados


Durante a visita ao Oi Futuro Flamengo, pudemos presenciar a segunda edição da mostra Transperformance. A exposição conta nomes importantes das artes visuais contemporâneas e, é subdividida em quatro conjuntos: “os pequenos gestos”, “os pequenos grandes gestos”, “os gestos extremos” e “os quase gestos”. Juntos, formam o que a curadora Marisa Flórido chama de “Inventário de Gestos”. É através desse conceito, desenvolvido pela curadora, que podemos chegar à conclusão de que o Transperformance 2, tem por objetivo fazer o público refletir sobre a potência dos gestos, que vão dos mais banais aos mais extremos.
                Além disso, como já sugerido pelo nome, a exposição engloba diversas linguagens artísticas, entre elas o vídeo, o teatro, a música, a dança e a poesia. As ações são apresentadas através de mostra de vídeos, workshops, performances e intervenções urbanas, a fim de democratizar o acesso à cultura.


Dentre as obras expostas no primeiro andar, as que mais nos chamaram atenção foram as: El Sueño de Courbet de Fernando Baena e Olympia de Chico Fernandes. Ambas estão contidas no conjunto “Os quase gestos” e apresentam, de acordo com a curadora Marisa Flórido, “gestos imperceptíveis que estabelecem diálogos com a pintura, com o instante pictórico”.
A primeira obra, por exemplo, mostra uma intervenção em vídeo, feita pela improvisação de duas dançarinas, que retrata dois momentos da vida de Coubert e duas de suas obras: O Sono e A Origem do Mundo. Através de uma movimentação suave e gestos mais lentos, o artista consegue estabelecer uma conexão entre seu vídeo e os quadros de Courbet.


                Já a última, de Chico Fernandes se difere da primeira por ser uma videoinstalação, ou seja, possui um caráter híbrido composto por uma imagem pré-filmada e outra transmitida ao vivo. Entretanto, assim como a obra de Baena, retrata um quadro famoso na história da arte, no caso, Olympia de Manet (quadro do século XIX, banido por fugir do conceito de nu clássico da época. Manet retratada uma mulher real e utiliza como modelo vivo uma prostituta).
                O curioso da obra de Fernandes, é que quando o espectador se aproxima ele se torna parte da obra, o artista o transporta para dentro de seu trabalho, fazendo com que o espectador se torne um vouyer de si mesmo assistindo uma mulher, Olympia, dançando. Tanto a obra de Fernandes, quanto a obra de Manet estabelecem uma troca de olhares entre Olympia e o espectador, mesmo que de formas distintas. 



 Além dessas duas obras, outra que nos chamou atenção foi a obra O Banho de Milena Travassos. Trata-se, também, de uma videoinstalação, entretanto, Milena utiliza uma bacia de alumínio com água para projetar as imagens. É apresentado o vulto de um corpo desnudo tomando banho, ou seja, a obra apresenta gestos diários. Além disso, em determinado momento do vídeo, a bacia é duplicada, passando a existir, em um mesmo espaço enquanto imagem e objeto, havendo momentos em que os dois chegam a se fundir. 

Grupo: Beatriz Barros, Carlos Daniel Luz, Juliana Ferraz

FORTUNA – o que nem toda herança é




Exposição: Fortuna
Autor: William Kentridge
Museu: Instituto Moreira Sales
Curadoria: Lilian Tone

William Kentridge nasceu na África do Sul, em 28 de abril de 1955.  Filho de advogados que lutaram ativamente em favor dos direitos civis na África do Sul, Kentridge concluiu o colegial na King Edward VII School, em Johanesburgo e, mais tarde, formou-se em Política e Estudos Africanos, na Universidade de Witwaterstand, alcançando posteriormente o diploma de Artes Plásticas pela Johanesburg Art Foundation.
Inicialmente almejava tornar-se ator, mas ele próprio relatou ter descoberto, quando ainda estudava em uma escola de teatro parisiense, que não possuía talento algum para as artes dramáticas.
Kentridge, no entanto, se tornou um artista plástico muito conhecido no universo das artes visuais pelo fabuloso trabalho que realiza com pinturas, gravuras e animação fílmica. Ele consegue criar um movimento de criação-contemplação-mudança-reflexão, isto porque suas obras são baseadas em um estado de constante devir. Suas animações são trabalhadas a partir de um desenho que serve como a base do universo animado. Deste desenho, Kentridge introduz rasuras e executa uma refilmagem, o que serve não apenas para dar vida às animações, como também às mudanças contínuas que nelas acontecem, fazendo de cada cena, surgir outra nova, completamente distinta. Com isso, o artista cria a sensação de que a obra de arte está em constante construção e dela se pode extrair uma incomensurável gama de reflexões.
Embora algumas de suas obras já tenham enfatizado outras questões como, por exemplo, lembranças de sua vida familiar ou ficções científicas, as obras de Kentridge estão freqüentemente ligadas ao contexto sócio-histórico da África do Sul, sua terra natal, onde pessoas de pele preta sofreram intensamente com as políticas do apartheid. Neste sentido, Kentridge usa elementos de ligação entre cada transformação cênica da animação para conectar ponto a ponto os sentidos que permitem refletir acerca daquela realidade, através de uma interação entre a dimensão política e a dimensão poética.
A exposição intitulada “Fortuna”, em cartaz no Instituto Moreira Salles desde 24 de outubro de 2012 é mais uma obra desse respeitado artista focada na realidade sul-africana. Dessa vez voltada à herança do apartheid e ao processo de reconciliação no país.
 “Fortuna” se situa entre o acaso estatístico e o controle racional, representando situações que funcionam como uma espécie de causalidade direcionada.
Fortuna é a primeira grande exposição individual dedicada a Kentridge na América , tendo sido desenvolvida com colaboração direta do próprio autor. Inclui cerca de 200 obras que vão desde desenhos e filmes a objetos e gravuras.
A obra é um rico objeto de reflexão e conscientização política. Características como essa inclusive definem o porquê dos vídeos de sua obra, por exemplo, serem apresentados em museus, ao invés de festivais como o Anima Mundi.  O artista consegue com maestria envolver o lado político e poético a partir da natureza onírica das imagens. A obra possui tanto uma perspectiva educativa quanto cultural, o que a diferencia da simples animação de entretenimento; isso corresponde, por exemplo, as propostas de Institutos artísticos e museus e justifica sua exibição em um local como o Instituto Moreira Sales, que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais.
Em “Fortuna”, Kentridge enfatiza o preto e o branco e, em alguns momentos, revela outras cores em representações aleatórias que içam nossa atenção para importantes fatores daquele contexto. Exemplo disto pode ser visto nas bandeiras em meio aos protestos representados, que aparecem sempre na cor vermelha, enfatizando a perspectiva revolucionária. A obra é acompanhada ainda de uma trilha sonora de teor dramático que se transforma paralelamente a cada imagem e que agrega um caráter épico, nos remetendo a uma sensação angustiante que permite uma pequena proximidade a sensação do sistema opressor do apartheid.

Grupo: Carlos Daniel Luz, Juliana Ferraz e Beatriz Barros 

AMOR: Uma expressão esclarecedora



Criador de paisagens simbólicas Zerbini é mais um dos muitos paulistanos com alma carioca. Adorador da multiarte e efeitos multimídias apresenta do dia 18 de outubro a 09 de Dezembro de 2012 no MAM (Rio de Janeiro) a exposição “Amor”, que retratamemórias, escolhas, amizades e os mistérios que a vida proporciona a todos.
 A mostra reúne sessenta obras da ultima década incluindo telas de até seis metros, em que natureza e formas geométricas convivem e deliram no plano bidimensional, as mesmas telas que foram vistas nos shows de comemoração de setenta anos de vida e cinquenta de careira de Gilberto Gil. Levando cerca de quatro a oito meses para produzir uma obra, na exposição pode ser vista duas telas exclusivas para a mostra no MAM, alem das telas gigantescas encontramos desenhos, pinturas, colagens e uma instalação.
Trabalhando também a partir de uma perspectiva musical podemos encontrar dentro das obras, referencias muito claras de obras de outros artistas e não só no campo musical como da própria arte contemporânea e até mesmo suas próprias obras utilizadas como plano de fundo para outras.

A instalação presente na exposição tem como objetivo principal ligar o espectador ao objeto de inspiração do artista, trazendo assim uma aproximação do ateliê para dentro do museu. A maior exposição individual de Zerbini está, por falta de palavras melhores, “um amor”.

Grupo: Juliana Ferraz, Beatriz Barros e Carlos Daniel Luz





O inventário dos gestos de Sofia Caesar



Transperformance II – Inventário dos Gestos, convida o público a refletir sobre a potência dos seus gestos, dos mais banais aos mais extremos. Trazendo mais de 40 obras de 20 artistas nacionais e estrangeiros, O inventário dos gestos, através de vídeoartes nos faz descobrir um mundo de gestos muito mais pensados e cheios de significados, desde as releituras de Olympia e O sono até simples movimentos como An Exercise.



E no meio de tantas obras com significações diferentes encontramos Sofia Caesar que apesar da pouca idade tem muito o que mostrar. Sofia é formada em dança contemporânea pela Faculdade e Escola Angel Vianna, cursou Desenho Industrial na ESDI, UERJ e hoje estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e vêm desenvolvendo seus trabalhos misturando a dança e as artes visuais.


Verdadeiro Falso


SERES
Através de movimentos repetitivos, Sofia nos mostra, de maneira sutil a continuidade dos gestos mostrados de maneira aparentemente infinita, ideia presente em todas as suas telas vivas.



Catch me who can


O Trem

Além das Artes visuais, convidada pelo cantor - e sogro - Lenine, Sofia emprestou seus passos para enfeitar a faixa “Chão” do novo projeto do do cantor e compositor. Seu sapateado acelerado faz parte do arranjo e funciona como uma espécie de percussão fazendo um paralelo com o nome da canção.

Vivendo nesse mundo das artes expressas das mais variadas maneiras, Sofia trás sangue novo e também novas ideias para o campo das artes, mostrando que é sim possível essa mistura de trazer a dança pras galerias e não só as artes pro palco.

"Debaixo do barro do chão.
Da pista onde se dança.
Suspira uma sustança.
Sustentada por um sopro divino"




GRUPO – Clarice Ferro, Débora Polistchuck, Natascha Oliveira, Gabriela Oliveira, Bruna Câmara - EC2

Fortuna

Nascido em 1955 em Johannesburgo, na África do Sul, o artista Willian Kentridge traz, para essa exposição, a realidade do seu lugar de origem. É denominado “Fortuna”, porque podemos estar submetidos ao possível ou ao pré-determinado, dependendo da nossa sorte. Na obra, apesar de estar direcionada a questão da reconciliação sul-africana e dos resquícios do apartheid, ele apresenta situações que podem se referir a temas que englobam todo o mundo.


A partir de declarações do próprio artista, o objetivo do trabalho é “dar uma noção do que acontece dentro do estúdio”. Com isso, há a apresentação de cerca de 200 obras criadas entre 1989 e 2012. Elas são introduzidas de inúmeras formas: vídeos, desenhos, gravuras, esculturas, filmes, objetos e estão sempre em construção, querendo, assim, mostrar os processos criativos de William durante esse período, mas sem especificar cada um. O engajamento sócio-político é o principal ponto do trabalho. Apesar de tratar o assunto com humor e ironia, ele se utiliza de aspectos do cotidiano com um olhar crítico. Por exemplo, nos vídeos, quando os desenhos são apagados e reconstruídos ele tende a mostrar a resistência das coisas, a memória e como aquilo permanece. Nos filmes, a sonoplastia é variada, algumas vezes dramática e outras humorística. O uso de tecnologias mais antigas também é muito marcante na exposição. Dentre elas: o telefone preto, o metrônomo, os alto falantes e os cones. Com isso, por exemplo, a representação do som a partir de megafones mostra que não necessariamente necessita-se do real para que aquilo seja entendido.

As obras são caracterizadas, principalmente, pela situação sul-africana e pelas dificuldades do país. Isso se deve, principalmente, a sua formação em ciência política e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo. Portanto, além de ser um trabalho crítico social e público, é também marcado pelo âmbito subjetivo e pessoal.

GRUPO – Clarice Ferro, Débora Polistchuck, Natascha Oliveira, Gabriela Oliveira, Bruna Câmara
EC2