quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fortuna

Nascido em 1955 em Johannesburgo, na África do Sul, o artista Willian Kentridge traz, para essa exposição, a realidade do seu lugar de origem. É denominado “Fortuna”, porque podemos estar submetidos ao possível ou ao pré-determinado, dependendo da nossa sorte. Na obra, apesar de estar direcionada a questão da reconciliação sul-africana e dos resquícios do apartheid, ele apresenta situações que podem se referir a temas que englobam todo o mundo.


A partir de declarações do próprio artista, o objetivo do trabalho é “dar uma noção do que acontece dentro do estúdio”. Com isso, há a apresentação de cerca de 200 obras criadas entre 1989 e 2012. Elas são introduzidas de inúmeras formas: vídeos, desenhos, gravuras, esculturas, filmes, objetos e estão sempre em construção, querendo, assim, mostrar os processos criativos de William durante esse período, mas sem especificar cada um. O engajamento sócio-político é o principal ponto do trabalho. Apesar de tratar o assunto com humor e ironia, ele se utiliza de aspectos do cotidiano com um olhar crítico. Por exemplo, nos vídeos, quando os desenhos são apagados e reconstruídos ele tende a mostrar a resistência das coisas, a memória e como aquilo permanece. Nos filmes, a sonoplastia é variada, algumas vezes dramática e outras humorística. O uso de tecnologias mais antigas também é muito marcante na exposição. Dentre elas: o telefone preto, o metrônomo, os alto falantes e os cones. Com isso, por exemplo, a representação do som a partir de megafones mostra que não necessariamente necessita-se do real para que aquilo seja entendido.

As obras são caracterizadas, principalmente, pela situação sul-africana e pelas dificuldades do país. Isso se deve, principalmente, a sua formação em ciência política e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo. Portanto, além de ser um trabalho crítico social e público, é também marcado pelo âmbito subjetivo e pessoal.

GRUPO – Clarice Ferro, Débora Polistchuck, Natascha Oliveira, Gabriela Oliveira, Bruna Câmara
EC2

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