O artista sul-africano William Kentridge expõe mais de 200 obras entre desenhos, filmes, vídeos, gravuras, objetos e esculturas no Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, entre os dias 24 de outubro de 2012 a 17 de fevereiro de 2013. A exposição se denomina “Fortuna”, que segundo o artista, é uma noção que se situa entre o acaso estatístico e o controle racional, ou seja, é um trabalho casual direcionado. O que nos passa um sensação de que “Fortuna” está eternamente em construção. De acordo com Kentridge, o objetivo da exposição é “dar uma noção do que acontece dentro do estúdio”, o que inclui, inevitavelmente, os excessos, a criatividade, o “apagar e refazer”.
Nas obras de Kentridge, é notável a utilização de objetos rotineiros como, por exemplo, um pote de café ou uma tesoura. Além disso, o estúdio passa de apenas espaço de trabalho para assumir uma função de palco para suas obras. São imagens em 3D, dispositivos ópticos, espelho usado como projetor, quadros feitos a partir de impressões com águas fortes, água tinta, verniz mole e ponta seca. O autor acumula várias camadas de pesquisa para a formação das imagens, utilizando-se muito da dimensão do onírico, em que uma imagem gera a próxima e assim por diante.
Um ponto chamativo em suas obras é o fato de se referirem ao processo sul-africano de reconciliação e à herança do apartheid, mas nem por isso deixa de abordar temas universais como a transitoriedade e a memória. Ainda, William entrelaça o político e o poético, drama coletivo e o individual, sem dispensar o humor e a ironi
Já em seus filmes, há uma abordagem de técnica caseira, inventada pelo próprio artista que descreve como “cinema da idade da pedra”. Filmando quadro por quadro, ele registra as alterações que ocorrem sobre um único desenho, na maioria das vezes, realizados com carvão.
O artista nasceu em Jonesburgo, na África do Sul, o que explica a sua referência ao processo de reconciliação e à herança do apartheid. William estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Jonesburgo e entrou em contato com as artes visuais na Jonesburgo Art Foundation. Lá, estudou teatro, atuando e fazendo criação cênica. Na exposição, esse seu lado performático fica evidente em sua obras.
Grupo: Bianca, Isabela, Isadora, Thais e Viviane
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