segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Luiz Zerbini

Paulistano radicado no Rio de Janeiro, o artista plástico Luiz Zerbini não é um autor estático. Muito pelo contrário. Sua obra já passou por diversos estágios, em que buscava transcender e transgredir o seu próprio fazer artístico. Iniciando a carreira como um pintor do figurativo, embrenhou-se, também, por outros caminhos, realizando trabalhos que envolvem escultura, ilustração, vídeo e música, e tornando-se, com o tempo, mais abstrato e subjetivo.
Fora do comum, tende a ser. Em Pinturas dentro d’água fez uso de uma técnica chinesa em que o papel é tingido debaixo d’água. Ao escrever Rasura – livro que fala sobre suas pinturas -, o artista optou por seguir uma forma literária não convencional, utilizando comentários visuais e adicionando fotografias de suas referências. Em 2009, lançou Alice no País das Maravilhas: uma série deilustrações (re)criando os cenários da história de forma tridimensional por meio de recortes em cartas de baralho.
A mostra Amor, em exposição no Museu de Arte Moderna de 17 de outubro a 9 de dezembro, é a maior de sua carreira. Logo de início,pinturas em painés super coloridos exibem a dicotomia entre a civilização e o selvagem, o abstracionismo geométrico, uma confusão de elementos e significados que quase nos engolem. Mistura de padrões, linhas que parecem romper o fluxo imagético, referências à música. O nível de detalhes é tão grande quanto a imensidão dos painéis, levando o espectador a conferir diversos olhares à obra afim de percebê-la em sua totalidade.A montagem de figuras algumas vezes remetem a uma gambiarra de elementos e correntes artísticas. Zerbini caminha de figuras essencialmente naturais, misturando com elementos da cidade, criando um imaginário de poluição.
Do lado oposto, uma série de colagens construídas por frames de filmes fotográficos é disposta nos remetendo ao ato de colecionar. As formas geométricas formadas pela disposição dos vários pequenos quadrados é equivalente à geometria da parede oposta, sobre as obras figurativas, onde quadros essencialmente geométricos e abstratos foram dispostos. Na série de frames há uma colagem. No lado oposto a geometria é simulada pela pintura.


Uma bancada se apresenta entre as duas áreas. Semelhante aos gabinetes de curiosidade que os viajantes europeus montavam para exibir as maravilhas encontradas ao redor do mundo, na exposição abriga os objetos que fazem parte do mundo artístico de Zerbini. Podemos analisar de perto a concretude do seu repertório, estabelecendo uma relação entre a representação e o representado, a imaginação e a realidade, a parte do todo e o todo da parte.




Grupo: Bianca, Isabela, Isadora, Thais e Viviane

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