Durante a visita ao Oi Futuro
Flamengo, pudemos presenciar a segunda edição da mostra Transperformance. A
exposição conta nomes importantes das artes visuais contemporâneas e, é subdividida em quatro conjuntos: “os pequenos gestos”,
“os pequenos grandes gestos”, “os gestos extremos” e “os quase gestos”. Juntos,
formam o que a curadora Marisa Flórido chama de “Inventário de Gestos”. É através desse conceito, desenvolvido pela
curadora, que podemos chegar à conclusão de que o Transperformance 2, tem por
objetivo fazer o público refletir sobre a potência dos gestos,
que vão dos mais banais aos mais extremos.
Além disso, como
já sugerido pelo nome, a exposição engloba diversas linguagens artísticas, entre elas o
vídeo, o teatro, a música, a dança e a poesia. As ações são apresentadas
através de mostra
de vídeos, workshops, performances e intervenções
urbanas, a fim de democratizar o acesso à cultura.
Dentre as obras
expostas no primeiro andar, as que mais nos chamaram atenção foram as: El Sueño de Courbet de Fernando Baena e Olympia
de Chico Fernandes. Ambas estão contidas no conjunto “Os quase gestos” e
apresentam, de acordo com a curadora Marisa Flórido, “gestos imperceptíveis que
estabelecem diálogos com a pintura, com o instante pictórico”.
A primeira obra, por
exemplo, mostra uma intervenção em vídeo, feita pela improvisação de duas
dançarinas, que retrata dois momentos da vida de Coubert e duas de suas obras: O Sono e A Origem do Mundo. Através de uma movimentação suave e gestos mais
lentos, o artista consegue estabelecer uma conexão entre seu vídeo e os quadros
de Courbet.
Já a última, de Chico Fernandes
se difere da primeira por ser uma videoinstalação, ou seja, possui um caráter
híbrido composto por uma imagem pré-filmada e outra transmitida ao vivo.
Entretanto, assim como a obra de Baena, retrata um quadro famoso na história da
arte, no caso, Olympia de Manet
(quadro do século XIX, banido por fugir do conceito de nu clássico da época.
Manet retratada uma mulher real e utiliza como modelo vivo uma prostituta).
O curioso da obra de Fernandes,
é que quando o espectador se aproxima ele se torna parte da obra, o artista o
transporta para dentro de seu trabalho, fazendo com que o espectador se torne um
vouyer de si mesmo assistindo uma mulher, Olympia, dançando. Tanto a obra de
Fernandes, quanto a obra de Manet estabelecem uma troca de olhares entre
Olympia e o espectador, mesmo que de formas distintas.
Além dessas duas obras, outra que nos chamou
atenção foi a obra O Banho de Milena
Travassos. Trata-se, também, de uma videoinstalação, entretanto, Milena utiliza
uma bacia de alumínio com água para projetar as imagens. É apresentado o vulto
de um corpo desnudo tomando banho, ou
seja, a obra apresenta gestos diários. Além disso, em determinado
momento do vídeo, a bacia é duplicada, passando a existir, em um mesmo espaço
enquanto imagem e objeto, havendo momentos em que os dois chegam a se fundir.
Grupo: Beatriz Barros, Carlos Daniel Luz, Juliana Ferraz




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