quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Amor de Zerbini


Luiz Zerbini, artista multimídia sul-americano de grande reconhecimento no mercado internacional, está expondo no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a mostra “Amor”. Segundo ele, o termo é a “mais precisa definição” de seu trabalho. Diante desta afirmação, é possível interpretar de diversas maneiras a relação entre o título da exposição, as obras e o autor, como o amor pela arte em si, o amor pela existência do ser e, pensando de forma ainda mais subjetiva, é cabível apontar sua própria expressão artística como um gesto de amor por natureza.

A exposição reúne telas, colagens e instalação produzidas na última década que evidenciam as experiências do autor, trazendo uma série de elementos autobiográficos que nos levam a conhecer melhor o mundo visual na mente do criador por detrás das obras. Suas telas são bastante variadas, mas assemelham-se bastante em alguns aspectos, como a justaposição de cores vibrantes, mas a predominância de uma neutralidade aparente. A instalação reúne elementos diversos divididos em quadrados, quase como se fossem categorizados.

Vemos em cada obra uma profusão de elementos, muitos os quais aparecem repetidamente nas telas e instalação, nos levando a crer que são marcantes de alguma forma na vida do artista. Há, por exemplo, em muitas obras, a presença de inúmeros quadrados ladeados uns pelos outros, fazendo o espectador levantar suposições a respeito da origem deles. Talvez sejam ladrilhos que estão ao redor de Zerbini, talvez sejam frames ou talvez ele apenas goste da forma quadrangular e, mesmo que seja impossível chegar a uma definição precisa, as obras geram essa de tentativa de entender não apenas a intenção do artista, mas ele próprio.





















É cabível dizer, então, que “Amor” é composta por obras que apresentam ao público a formação de Zerbini. Memórias, a existência, a escolha, a amizade, a família e a loucura. É o amor em um sentido amplo, como um mar que tantas vezes pintei e continuo pintando.” Não se trata de sua formação política ou social. Trata-se da formação de seu espaço no mundo, de sua consciência reflexiva e artística, seu ser artístico por si só. Enfim, sua subjetividade. Zerbini nos mostra em seu trabalho a beleza que seus olhos veem em cada mínimo elemento presente em suas telas e na união de todos eles, transmitindo uma verdade que, no fim das contas, só tem sentido pleno para o próprio artista, mas que nos encanta pela estética e interpretações possíveis.


Por Fábio Marinho, Gabriela Rozenbaum, Juliana Espinosa, Luana Kozlowzki e Vitória Moraes.

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