quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Raul Mourão - Tração Animal



Cinema, literatura, música e esportes. Esses interesses na adolescência são resultado da realidade criativa e sensorial em que o menino Raul Mourão fora criado. Com a família, visitava museus e diversos centros culturais. Assistia ao pai desenhar e pintar como hobbie. Mas mais do que isso, a multiplicidade de artes a sua volta influenciou-o diretamente como transgressor do comum.

 Nascido no Rio de Janeiro, em 1967, Raul Mourão chegou a cursar Comunicação, Fotografia, Cinema – e Pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Transfere-se, posteriormente, ao curso de Arquitetura e Urbanismo. Ele integra o grupo da Geração 80, conhecendo aquele com quem atualmente divide espaço no Museu de Arte Moderna (MAM), o paulista Luiz Zerbini.
De 1989 em diante, o casamento dos mundos artístico e urbano encaixa-se com perfeição na carreira de Mourão. A paisagem da cidade o atrai, o que o faz registrar fotograficamente grades de proteção e isolamento. A partir daí, deu início às primeiras experiências tridimensionais.

  Pela primeira vez no MAM Rio, sob o título de Tração Animal, o acervo do artista mixa trabalhos recentes e inéditos, como a “Sala Sombra”, de 2012. Estruturas fixas ligadas a outras móveis, em um balanço harmônico que proporciona um hipnotizante jogo de luz e sombra. São obras pequenas de aço em contraste com as de dimensões grandes. Estas são cerca de dez estruturas cinéticas em ritmo, fazendo alusão ao fluxo da vida e de sua energia. Saímos e voltamos do “físico ao virtual, do corpo à luz, da luz à sombra”, como disse Luiz Osório, curador das instalações.

Em complemento, o vídeo “Plano/Acaso”, de 2009, exibe uma sequência de andares a partir do ângulo de um elevador. A repetição, o ciclo, a constância como a vida em si, o fluxo que nunca para, o elevador em eterno movimento, não importa quantos andares – obstáculos ou qualquer outra metáfora –, sempre estamos em movimento. Somos fixos, restringidos pela gravidade ao chão, mas estamos em movimento, evoluindo. Diante de nós, Raul Mourão apresenta a dualidade e complexidade da inércia: ela enquanto repouso ou enquanto movimento constante.

















GRUPO – Clarice Ferro, Débora Polistchuck, Natascha Oliveira, Gabriela Oliveira, Bruna Câmara
EC2

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