terça-feira, 27 de novembro de 2012

Humúsica - Cabelo , Mc Minhoca e Dj Estéreo

"Tudo é húmus e música, uma coisa se transforma e se fertiliza na outra. Metamorfose e ruído. Contaminações que fazem um elemento residual se tornar possibilidade plástica"

Como uma antropofagia contemporânea,  em uma exposição mais conceitual do que empírica,Cabelo transforma em arte aglutinações de objetos e experiências sensoriais que habitam o dia-a-dia comum. A pluralidade de sentidos e informações transforma e mistura sons em formas habituais (baterias, caixas de sons, microfones ) e as concebe em um novo formato.


Uma caixa de som coberta por um tecido militar vira arte, a estrutura de uma casa com uma caixa de som dentro vira arte. Ambos põem em cheque o papel da arte. O primeiro a questão da censura e o sengundo dialoga com a local em que se faz a arte. Visto que música é arte, ela pode habitar um museu, mas habitando um espaço comum também não seria arte?

Cabelo também trabalha o lugar do sagrado e do profano ao usar uma cabeça de Buda que se separa do seu corpo. Então, a cabeça tem lugar sobre um bloco de terra e o corpo se funde a escultura formada pelos tambores de uma bateria.

A questão da mobilidade também é abordada em algumas obras, a exemplo de algumas em que os pés são skates. Ou mesmo a mobilidade visual e a transitividade de sentido em uma máscara em que há caixas de som no lugar aonde estariam os olhos.

A partir deste conceito é possivel fazer uma conecção entre Cabelo e o movimento do Tropicália no Brasil, ambos, de formas distintas, se utilizam da música e da antropofagia cultural de Oswald de Andrade para criar um novo conceito de arte e criticar um sistema vigente.



Grupo:
André Klodja, Eduardo Tavares, Marcela Orlandis, Mariana Ramalho,Taisa Martins 



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