segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A arte desconstruída


Fernanda Gomes é uma artista peculiar, para dizer o mínimo. Na última sexta-feira, 11/01, visitamos sua exposição na “Casa de Cultura Laura Alvim”, em Ipanema; onde nos deparamos com um cenário bastante inusitado.

A pequena galeria estava rodeada por objetos que nada de especial teriam sem o apelo artístico do local onde se encontravam. Sacolas plásticas, objetos rasgados ou quebrados, móveis desmontados, quadros em branco e molduras vazias; uma coleção de objetos que passariam despercebidos em nosso cotidiano, mas aos quais Fernanda atribuiu uma simbologia que os transformou em arte.

Basta atravessar uma porta para sairmos de um ambiente urbano caótico e encontrarmos a serenidade transmitida pelos tons claros da exposição e toda uma nova utilidade para o que antes não passava de sucata.

É habitual ver um artista construindo sua obra, mas construí-la através da desconstrução é um incrível paradoxo que nos é mostrado. Além da fascinante habilidade de transformar o lixo em algo apreciável, o fato de a artista criar suas obras a partir dos locais onde serão colocadas, mostra a versatilidade e a exclusividade presente em cada exposição.


Nada é colocado ao acaso, cada parte da galeria é incorporada ao trabalho, incluindo a janela presente em uma das salas, da qual podemos ter uma bela visão da paisagem da Cidade Maravilhosa.

Em entrevista sobre sua exposição, Fernanda Gomes disse:
— O saco plástico amarrado a um fio pode ser um brinquedo, mas pode ser também uma escultura. O plástico é um material antiquíssimo. Você percebe que não tem como esgotar um assunto?

Ao visitar a obra, podemos compreender perfeitamente as intenções de Fernanda. Um assunto realmente não pode ser esgotado e é muito bom perceber isso através da arte.

É nesse jogo constante de montagem/desmontagem, construção/desconstrução que podemos ver uma artista construindo os alicerces que a manterão para sempre na história da Arte Contemporânea.



Por Clarissa Paiva, Letícia Vallecilo, Lívia Maggessi, Marina Vilhena e Priscila Verônica. Turma EC2 - Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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