
A exposição “Cinema Shadow / Segundo”, da artista Laura Lima, na fundação Eva Klabin, nos leva a encarar o tempo e a imagem de maneira diferente à que estamos acostumados. A arista filma os ambientes da casa por 3 horas num plano sequencia, e as imagens são transmitidas ao vivo para o público.
Assistindo a imagens que estão sendo captadas ao vivo, quebramos o padrão ao qual estamos acostumados: assistirmos coisas gravadas, tanto na TV como cinema. Ao mesmo tempo, não se trada de um reality show, pois como diz Marcio Doctors em seu texto sobre a exposição, a obra não tem interesse nem “nem na narrativa nem no conteúdo e nem no significado imediato das coisas”. O que mais importa é o processo de passagem da impregnação da retina pela imagem para a memória, processo esse que acontece individualmente, dentro de cada um, de maneira subjetiva.
As imagens dão, intencionalmente ou não – não é esse o ponto – destaque para situações que podem acontecer diariamente na vida das pessoas, mas que passam despercebidas. Olhar, a cada segundo, o ambiente que está à nossa volta pode ser uma ideia a ser absorvida da exposição, dentre várias outras que podem ocorrer a cada um.
O interessante é que como a própria artista está filmando todos os dias, com transmissão ao vivo, cada dia é uma exposição diferente, pois são mostradas imagens novas, de ângulos novos, com novas percepções e influência também do estado psíquico que Laura apresenta.


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