quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Eva Klabin
16ª edição do Projeto Respiração
Intervenção de arte contemporânea da Fundação Eva Klabin
Cinema Shadow/ Segundo por Laura Lima
A Fundação Eva Klabin, um dos mais importantes e tradicionais redutos de arte clássica, encontrou, em 2004, uma solução inovadora para renovar e também manter o seu público: um projeto onde artistas contemporâneos criariam intervenções artísticas no acervo da casa-museu, revitalizando assim o patrimônio que reúne mais de quatro mil anos de história da arte. O curador conceitual do Projeto Respiração, Marcio Doctors, pode, com isso, trazer a arte contemporânea para dentro da casa idealizada por Eva Klabin (1903-1991) sem afetar a lógica interna da coleção que reúne mais de duas mil peças, procedentes de quatro continentes. Assim, desde esse ano, diversos nomes da arte contemporânea criaram laços com os objetos de estima de Eva, entre eles Anna Bella Geiger, Brigida Baltar e Rui Chafes.
A 16ª edição do Projeto Respiração apresenta a exposição Cinema Shadow/Segundo, da artista mineira radicada no Rio, Laura Lima. Nestes 33 dias de exposição (13/11 à 20/12), a artista filmou em espaços diversos da casa “três horas de uma ação definida previamente como um roteiro/partitura, mas com autonomia para que o acaso e a circunstância de cada momento, indiquem novas direções” de acordo com o site oficial do museu.
Apesar de contar com colaboradores como o dramaturgo Emanuel Aragão, o músico Domenico Lancellotti, o diretor de fotografia Paulo Camacho e a figurinista Bruna Lobo, além de alguns atores do elenco serem profissionais, a intenção é ter apenas um ponto de partida, sendo o desenrolar totalmente sem qualquer limite. Essa filmagem não é assistida no local onde está sendo feita, e sim em uma tela do Auditório da Fundação Eva Klabin e também nas salas de cinema da Caixa Cultural, por meio de um moderno sistema de transmissão de imagens, utilizado inclusive pela Tate Modern (museu britânico de arte moderna) em suas transmissões ao vivo de performances e outras ações. O resultado dessas 100 horas de gravação, será um filme sem cortes com o mesmo nome da exposição (Cinema Shadow/Segundo).
Essa obra de fato é a segunda, como assinala seu nome, já que a artista participou do Rio Occupation London 2012, ocorrido antes e durante as Olimpíadas de 2012, como parte do Festival Londres 2012. Neste evento, as filmagens totalizaram 15 horas sem cortes. Laura Lima diz que esse trabalho “é uma espécie de costura sintética, uma probabilidade de narrativa, na medida em que o espectador verá trechos das cem horas totais”.
O curador, Marcio Doctors, ressalta no texto da exposição, que Laura Lima “esvazia a representação como ilusão ou mimetismo para substituí-la por uma rede de conteúdo e expressão, criando coerência de articulações capazes de nos colocar frente à frente com o mistério do mundo, sem cerimõnia ou inocência, indicando-nos: eis aí o caos!”
Por Clarissa Paiva, Letícia Vallecilo, Lívia Maggessi, Marina Vilhena e Priscila Verônica. Turma EC2 - Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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