A
exposição “Adriana Varejão – Histórias às Margens”, no MAM do Rio de Janeiro,
pode, num primeiro momento, causar até certo mal estar, pelo menos àquelas
pessoas que não estejam acostumadas a frequentar exposições como essa. A
artista carioca, que completa 50 anos no ano que vem, apresenta cerca de 40
trabalhos, muitos deles óleo e gesso sobre tela, que foram produzidos nos
últimos 21 anos. Por isso, Histórias às Margens é chamada por ela e pelo
curador Adriano Pedrosa de uma panorâmica de sua obra, não de retrospectiva,
pois o último termo remete muito ao passado, e a exposição inclui obras atuais.
O
mal estar, falado acima, é decorrente das entranhas introduzidas pela artista
em muitos de seus trabalhos. Com incisões nas telas, ela evidencia entranhas de
seres vivos, talvez querendo mostrar a vivacidade de tal imagem, ou a
interferência causada no meio pelo homem. O fato é que a imagem é impactante.
Outras obras mostram corpos descompostos ou esquartejados.
Varejão
também usa a questão da tridimensionalidade, tanto nas obras com as incisões
quanto em outras. Em umas ela utiliza sobreposições de telas para formar uma
imagem, em outras, objetos como garrafas são parte da tela, como se tivessem
inseridas nela. Em outras, parece que a tela é descolada e se insere em objetos
do cotidiano, como cadeiras e copos. Grande parte dos trabalhos expostos
apresenta azulejos, referências à era colonial do Brasil, uso de cartografia e
referências à religiosidade.
A
exposição de Adriana, uma das artistas brasileiras mais bem sucedidas e reconhecidas
internacionalmente, conta, ainda, com obras inéditas no Brasil, e com outras
feitas especialmente para a exposição. Com patrocínio do Bradesco Seguros e da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a panorâmica segue até o dia 17 de
março de 2013 no MAM.
Alexandre, Gabriel e Nickolas


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