terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Luz


A exposição +Luz, apresentada no Parque Lage, contrapõe-se à ideia de que o aluno é um ser sem luz. Reunindo obras de nove estudantes da Escola de Artes Visuais, a mostra nos guia por entre uma diversidade de caminhos artísticos: escultura, filme, objeto, instalação. Disposta nesse recanto bucólico da cidade do Rio de Janeiro, a exposição tem suas qualidades acentuadas pela beleza natural do espaço e arquitetura do casarão.
Uma das obras mais marcantes pertence a Gustavo Torres. Partindo de uma estrutura formada pela junção de utensílios prosaicos e complexos, o artista leva o espectador a presenciar uma experiência lúdica e onírica. Dois projetores são dispostos nos extremos de uma sala escura, intermediados por uma série de panos de tecido fino. Em cada projetor é rodado um filme diferente, em película super8. Os panos de cada ponta recebem com exclusividade as imagens projetadas por cada vídeo, que vão se dissipando até se encontrarem no meio dos tecidos.
Através do sistema, em que ambos os filmes se interpenetram e, dessa forma, passam a fazer parte do mesmo todo, pode-se fazer uma reflexão sobre a vida. Esse traço é reforçado pelo fato de as imagens apresentadas serem caseiras, de arquivo pessoal. À medida que crescemos e acumulamos experiências em nossa história, os acontecimentos passados são refletidos em nossos presente e futuro. Nenhum capítulo é estático ou isolado dos demais. Pelo contrário: tudo o que somos é resultado de uma reunião de crônicas, e todas elas são espelhos que servem como refletores das demais.




Gustavo Torres explica que quis trabalhar, a partir dessa obra, as memórias, e como a relação entre elas é capaz de criar o porvir. O conjunto de memórias que guardamos em nosso interior podem ser atenuadas com o tempo, mas jamais apagadas. Nenhuma memória é extinta e, mesmo o seu menor resquício é capaz de produzir o instante, o agora.


Grupo: Bianca, Isabela, Isadora, Thais e Viviane


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