"Tá com medo?"

O Oi Futuro Ipanema está com as portas abertas para as exposições "Videoarte 2013" e "Poesia Visual 2". Ambas tiveram início no dia 12 de janeiro e acontecem até o dia 31 de março: a falta de tempo não serve como desculpa para não ver as belas obras.

Fazem parte da "Videoarte 2013" grandes nomes da arte contemporânea como Tadeu Jungle, Nazareno, Maria Lynch e muitos outros artistas. A mostra acontece no térreo do espaço, em uma sala um pouco escura e com diversos monitores de televisão passando as várias obras ao mesmo tempo. Algumas contam com som e, por isso, têm os headphones para que uma não interfira e nem atrapalhe a outra.

O curador da apresentação, Alberto Saraiva, não deixa de dar a sua visão a respeito do assunto: "O vídeo, desde os anos 70, vem gradativamente se tornando o meio mais eficaz de comunicação entre arte e público e é, por excelência, um dos principais meios das redes sociais.".

Tadeu Jungle - que é diretor e roteirista de TV, cinema e publicidade - apresenta uma de suas obras, feita em 2006, nessa exibição. Intitulada como Medo (Fear), ela é composta por inúmeros olhos humanos que, inicialmente, ficam fechados. Com dedicação e se entregando inteiramente à obra, vê-se que o seu nome não é em vão: ela, realmente, traz um pouco de pânico. Isso porque a trilha sonora desempenha grande parte do papel - se não for o fundamental. Os sons não permitem uma descrição, mas logo no início de seu trabalho (que tem 1 minuto e 33 segundos) uma voz muito marcante diz "Tá com medo? Hm?" e, nesse momento, todos os olhos se abrem! Eles se mexem em inúmeras direções e passam muitas sensações, sendo que a agonia e o "medo" prevalecem, afinal são aproximadamente 70 olhos inquietos (alguns até te fitando). Mais para o fim, ouve-se um barulho forte, como se fosse alguém batendo furiosamente à porta, e todos os olhos são fechados novamente. Percebe-se até mesmo o tom um pouco depravado na voz de quem "narra" a obra, fazendo parecer que sentir medo é realmente um deboche com a cara de quem a está assistindo.

Por fim, a mostra deve ser vista. Além de não tomar muito tempo, somente alguns minutos, as sensações sentidas são as mais distantes possíveis. 


Por Clarissa Paiva, Letícia Vallecilo, Lívia Maggessi, Marina Vilhena e Priscila Verônica. Turma EC2 - Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.