quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Histórias Às Margens (MAM)


          No Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro está instalado o conjunto artístico de uma das artistas mais admiráveis da estética nacional: Adriana Varejão. Mar, azulejo, carne, bar, conchas, texturas, cadeiras e bolhas. O agressivo e o poético, o receio e o atraente, a dor e o prazer seduzem e proporcionam uma aventura imaginária aos visitantes da mostra.

SOBRE MARES E AZULEJOS

          As 40 obras produzidas ao longo dos últimos 21 anos mesclam elementos de mundos, aparentemente, inconciliáveis: há um quê de mitologia grega em Milagre dos Peixes, um tom boêmio em Tea and Tiles ll, nacionalidade em Reflexo de sonhos no sonho de outro espelho e Panorama da Guanabara, uma pitada de ilusão de ótica em Parede, frescor em Margem, sensação de umidade em Green Sauna, barroco em Paisagens e vários outros universos possíveis que o observador puder associar.




          Por diversas vezes, os seguranças do local chamavam a atenção de um ou outro apreciador mais afoito, que tentava ao máximo absorver cada detalhe, cada delicadeza que a obra de Adriana escondia sobre as tintas, carnes, azulejos e conchas um tanto quanto mitológicas. Também, pudera: o trabalho da artista carioca, reconhecidaointernacionalmente, estimula as interpretações singulares, escondidas no íntimo das pessoas. Provoca uma inquietação aliada à curiosidade por explorar a tendência tão humana de rotular uma obra (quando, na verdade, a arte dela é um misto de várias correntes estéticas, filosóficas, literárias e políticas).


Milagre dos Peixes (1991)

          Adriano Pedrosa, curador da exposição, atenta para o fato de, em meio a esse mar de pluralidades, estar sempre presente um elemento comum: o corpo.

“Seja ele rasgado, cortado, dilacerado, esquartejado, em fragmentos, em pedaços. O corpo é revelado enquanto pele e carne da pintura, habitando os interiores da arquitetura e descoberto em suas ruínas.”

          “Prato cheio” para os amantes da arte, Histórias Às Margens estimula o imaginário, provoca reflexões acerca da ordem vigente e ainda é um agrado e tanto para os olhos.
Até dia 10 de março no Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro.

Grupo:
Fabian Falconi
Gabriela Isaias
Laís Januzzi
Mariana Parga
Thiago Patrick


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