O primeiro contato com o trabalho de Fernanda Gomes não é de se esquecer. A sua obra não tem uma categoria definida, apesar de percebermos certa tendência.
Em geral, os objetos convergem para o branco ou a cor própria deles. Eles dialogam entre si e com o entorno do espaço de criação. É o caso da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, em que a artista aproveitou a bela vista para compor o quadro geral.
Vemos pedras e pipas, que podemos supor serem do cenário da praia em frente. Há um saco de plástico no lado de fora da janela, preso por barbante, incongruente com a paisagem. Mas será?
Deixados para trás pelos mesmos humanos que frequentam aquele calçadão, pedaços de madeira ao chão, às paredes, a todo canto. Em um momento, a madeira foi re-construída para moldar um quadro imaginário. Em outro, ela é o próprio quadro em si. Tudo que poderia ser sucata ou lixo encontra finalidade nas mãos de Fernanda. Seu fluxo de criatividade segue o espaço que lhe foi dado e assim procuramos seguir no mesmo fluxo dela, à primeira vez.
O que aparenta desorganização aos poucos transforma-se diante de nossos olhos. Há uma certa ordem e lógica em seu trabalho que nos chama atenção: é preciso parar e olhar melhor o que está a nossa volta, redescobrir os significados dos objetos, das paisagens e de nós, supostos protagonistas desse espaço chamado de vida. Não seria essa, afinal, uma das finalidades da arte?
"Complexas ordens mínimas" da jovem artista Fernanda Gomes estará aberto ao público até 17 de fevereiro de 2013, de terça a domingo, das 13 às 21h, no espaço da Casa de Cultura Laura Alvim - Avenida Vieira Souto, 176 ; Ipanema.




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