terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Complexa Ordem Minha


Fernanda Gomes e sua mostra "Complexas Ordens Mínimas" na Casa de Cultura Laura Alvim em Ipanema são um convite inusitado: a si mesmo. Poderia-se dizer que toda arte o é, mas Fernanda constrói sua obra de uma maneira tão pessoal que realmente se destaca nesse feedback extremamente necessário. Fernanda busca a desconstrução, o vazio e, no entanto, acaba por encontrar um campo de significado infinito dentro de nós mesmos. Ela utiliza objetos que em um primeiro olhar não possuem significado algum, mas que passam a desempenhar a função de obra de arte, e são quase esculturalizados. Já no primeiro passo, o visitante se depara em quase pisar em bolinhas brancas, inclusive uma quebrada, e um saco plástico no chão, e se encontra com toda a proposta inusitada de Fernanda.

A peculiaridade da artista está no seu estilo de produção: Fernanda Gomes não tem uma produção vasta guardada em um atelier na espera de um convite à uma exposição, monta cada obra em cada espaço que é convidada. Primeiro conhece o lugar, depois elabora sua obra para aquele lugar, montando um diálogo entre obra e instalação vivo. 


Fernanda busca a desconstrução, o vazio e, no entanto, acaba por encontrar um campo de significado infinito dentro de nós mesmos. Ela utiliza objetos que em um primeiro olhar não possuem significado algum, mas que passam a desempenhar a função de obra de arte, e são quase esculturalizados. Já no primeiro passo, o visitante se depara em quase pisar em bolinhas brancas, inclusive uma quebrada, e um saco plástico no chão, e se encontra com toda a proposta inusitada de Fernanda. Assim, na sua montagem na Casa de Cultura Laura Alvim, Fernanda expõe objetos inusitados: sacos plásticos, gavetas, papéis em branco, molduras vazias; monta assim um espaço mental único, físico, e nos convida ao espaço de criação. São objetos, sobretudo, individuais, a serem preenchidos de formas diferentes por cada pessoa.
 Esse caminho não é evidente, não é um apelo estético. O branco e a simplicidade da montagem nos dirigem naturalmente para dentro de nós mesmos. As gavetas vazias seriam preenchidas de forma individuais por cada um, e inevitavelmente nos vemos criando sobre sua obra. Seus objetos inusitados, embora cumprindo um novo papel, não preenchem o espaço com uma ideia fechada. Ainda são abertos a toda a interação do público.

O local da mostra é ainda mais inusitado. Com uma grande janela em uma das três salas a visão é extendida até as ilhas Cagarras, e por todo o mar de Ipanema, atravessando ainda a Avenida Vieira Souto, misturando o ambiente urbano e o natural à composição. No entanto, esse elemento no espaço é pura contradição: com uma obra tão uterina, nos remetendo sempre pra dentro, é um pouco difícil dialogar com todo o espaço externo. Ficamos presos nos sacos plásticos, nos papéis vazios, e no movimento que o vento traz para dentro. Encontramos todos os lados da criação em Fernanda Gomes no diálogo de moldura sem tela, tela sem moldura, e tela do avesso, e acabamos por ver a nós mesmos virados ao contrário.






Grupo: Bianca, Isabela, Isadora, Thais e Viviane

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