terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Fundação Eva Klabin

Luz, câmera, reação!

Ao entrar na sala de exibição, já - e sempre - às escuras, o que parece uma simples sessão de cinema em breve se revela pura experiência. Logo de inicio uma janela aberta se coloca à frente do espectador e é esse simples cenário que embala todo o trabalho de Laura Lima.


Integrante do Projeto Respiração, o Cinema Shadow – Segundo, de Lima, permite que os sentimentos tornem-se quase tangíveis no ambiente, uma vez que tudo ocorre aqui, agora, dando forma ao cinema ao vivo. Embora esta condição de “tempo presente” possa passar sem notarmos, definitivamente, não passa sem sentirmos o que se passa, a cada cena revelada.

O clima arcadista, embalados pelo som de pássaros e de riachos é subitamente rompido por sons tipicamente urbanos, provocando perturbação caótica. De repente, num simples desfocar da lente, em silêncio igualmente inesperado, retornamos ao ambiente apaziguador da vista: a janela aberta de frente para uma floresta com as cortinas balançando suavemente; poucos segundos depois os ruídos bucólicos invadem nossos sistemas sensoriais, mais uma vez. Sem aviso, no clímax da obra, surge uma disformidade enegrecida no meio da tela provocando verdadeira tensão nos presentes. É esse jogo de reações, sensações e sentimentos que experimentamos ao nos deixarmos levar pela obra. Como bem resumiu o curador Marcio Doctors “é uma explosão poética do instante em que, de novo o dado da crueza se revela na centralidade da cena, desnudando as camadas de mistério do mundo”.

Grupo: Angélica Moreira, Everton Maia, Priscila Minussi, Ruggeron Reis e Thayanne Porto.

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