quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

As ordens mínimas do entendimento



Com um “habitat” pouco normal aos olhos leigos, Fernanda Gomes faz a arte se renovar e amostra a quem desconhece a arte uma nova visão: A mente exteriorizada em um ambiente, que com detalhes basicamente não notáveis (O que, de certa forma, explica o nome da exposição). Sua exposição, que acontece na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, pode ser considerada um cúmulo da abstração.

Várias e nenhuma concepção podem ser tiradas das obras, não nomeadas, em cada um dos “cômodos” que no fim de tudo, não passam de cantos da mente de Fernanda, que se mostra razoavelmente vazia, se olhada exteriormente, mas que com uma observação mais atenciosa, é cheio de pequenos detalhes, alguns perturbadores. A ganância, demonstrada com as moedas no canto do primeiro ambiente, a vontade de ser livre, que fica por conta das malas no mesmo local e da sacola plástica no lado de fora da janela. Remorsos enormes, que ficam na interpretação dos fios soltos pelas salas. Porém, nenhuma peça chama atenção tanto quanto a pipa, quase crucificada no barbante, no ambiente que dá vista pro mar.



Como uma metáfora da própria artista, que se mostra perturbada pelas farpas nas suas paredes, a pipa mostra quão presa a uma realidade que não é sua Fernanda Gomes se sente.
Pipas foram feitas para voar. E se destroem quando ficam dentro de caixas. Uma autodestruição que é digna da pena. E de admiração. Fernanda nos expõe seu cérebro, só que cérebros competem aos humanos as mínimas ordens de entendimento possíveis.

Grupo: Angélica Moreira, Everton Maia, Priscila Minussi, Ruggeron Reis e Thayanne Porto. 

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