Em novembro de
2012, foi aberta na Eav – Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de
Janeiro, a exposição coletiva “Mais Luz”, apresentando trabalhos de oito alunos
da própria escola - Agostinho Moreira,
Anamaria Reis, Anna Helena Cazzani, Fabio Naranno, Fátima Villarin, Gustavo
Torres, Marcos Duarte, Marcos Lima e Mark Feddersen - e curadoria do
professor João Carlos Goldberg, que ministra o curso “Conversando sobre
escultura, objeto, etc e tal”. Segundo João, em cada talento individual todos
tem “luz própria”, contrariando a composição da palavra “aluno”. A proposta da
exposição se iniciou em 2010, quando Anna Maria Niemeyer abriu as portas de sua
própria galeria para “Com Luz”, com propósito justamente de incentivo aos
jovens artistas em início de carreira. Assim, “Mais Luz” é a continuação do
projeto.
Na Eav, o espaço
dedicado a cada aluno acaba por ser pequeno em função da coletividade, mas não
descarta a qualidade das obras, altamente expressivas dos conceitos (ou visão)
particulares dos artistas. Entre eles, se encontra Gustavo Torres. Sua obra se
encontra exposta em um lugar mais reservado da escola: um corredor na parte
inferior da casa.
A instalação é composta
por dois projetores, um de cada lado do corredor, ambos apontando para (ao meio)
seguidas telas penduradas de tecido transparente que recebem as imagens. Essa
posição propõe uma interação entre as imagens. São cenas que se repetem, de um
lado pessoas interagindo numa praia e de outro, o close de um bebê. Essas cenas
provêm de filmes caseiros garimpados em feira de antiguidades, de autoria ou
registro de pessoas desconhecidas. Mas, por demonstrar algo tão humano, provoca
no expectador uma sensação “familiar”. Segundo o artista, ele se utiliza da
“memória alheia como dispositivo de lembrança íntima”.
O ambiente
pequeno e escuro ajuda a compor a relação com algo referente à mente e memória,
algo ao mesmo tempo aconchegante e incerto, onde as imagens são um pouco
desfocadas, em flashes, com uma iluminação sugestiva. Outra referência ou
nomenclatura que se pode atribuir à instalação é de um túnel do tempo, já que,
além de ser formatada num corredor, ao se olhar a obra de qualquer um dos lados
se vê a luz emanando do projetor oposto, como o fim de um túnel. Os próprios
projetores são referência ao passado, pois são de rodar fita, não digitais.
Grupo: Fábio Marinho, Gabriela Rozenbaum, Juliana Espinosa, Luana Kozlowski, Vitória Moraes


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