quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

+LUZ


Em novembro de 2012, foi aberta na Eav – Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, a exposição coletiva “Mais Luz”, apresentando trabalhos de oito alunos da própria escola - Agostinho Moreira, Anamaria Reis, Anna Helena Cazzani, Fabio Naranno, Fátima Villarin, Gustavo Torres, Marcos Duarte, Marcos Lima e Mark Feddersen - e curadoria do professor João Carlos Goldberg, que ministra o curso “Conversando sobre escultura, objeto, etc e tal”. Segundo João, em cada talento individual todos tem “luz própria”, contrariando a composição da palavra “aluno”. A proposta da exposição se iniciou em 2010, quando Anna Maria Niemeyer abriu as portas de sua própria galeria para “Com Luz”, com propósito justamente de incentivo aos jovens artistas em início de carreira. Assim, “Mais Luz” é a continuação do projeto.
Na Eav, o espaço dedicado a cada aluno acaba por ser pequeno em função da coletividade, mas não descarta a qualidade das obras, altamente expressivas dos conceitos (ou visão) particulares dos artistas. Entre eles, se encontra Gustavo Torres. Sua obra se encontra exposta em um lugar mais reservado da escola: um corredor na parte inferior da casa.
A instalação é composta por dois projetores, um de cada lado do corredor, ambos apontando para (ao meio) seguidas telas penduradas de tecido transparente que recebem as imagens. Essa posição propõe uma interação entre as imagens. São cenas que se repetem, de um lado pessoas interagindo numa praia e de outro, o close de um bebê. Essas cenas provêm de filmes caseiros garimpados em feira de antiguidades, de autoria ou registro de pessoas desconhecidas. Mas, por demonstrar algo tão humano, provoca no expectador uma sensação “familiar”. Segundo o artista, ele se utiliza da “memória alheia como dispositivo de lembrança íntima”.
O ambiente pequeno e escuro ajuda a compor a relação com algo referente à mente e memória, algo ao mesmo tempo aconchegante e incerto, onde as imagens são um pouco desfocadas, em flashes, com uma iluminação sugestiva. Outra referência ou nomenclatura que se pode atribuir à instalação é de um túnel do tempo, já que, além de ser formatada num corredor, ao se olhar a obra de qualquer um dos lados se vê a luz emanando do projetor oposto, como o fim de um túnel. Os próprios projetores são referência ao passado, pois são de rodar fita, não digitais.




Grupo: Fábio Marinho, Gabriela Rozenbaum, Juliana Espinosa, Luana Kozlowski, Vitória Moraes

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